Síndrome de Burnout e a responsabilidade das empresas

Síndrome de Burnout e a responsabilidade das empresas

  • 3 fevereiro, 2022
  • Katia Silene

Se a Síndrome de Burnout já era um assunto sério devido ao aumento cada vez maior de pessoas que sofrem com esse problema ao redor do mundo, agora, ela recebeu novas abordagens, que aumentaram ainda mais a sua gravidade. Isso porque, desde 1º de janeiro de 2022, entrou em vigor a nova classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), a CID 11, que classifica essa complicação como uma doença do trabalho.

Ou seja: de acordo com o texto divulgado pela organização, a síndrome foi oficializada como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. Além de Burnout, o CID 11 inclui na lista de doenças o estresse pós-traumático, distúrbios em games e resistência antimicrobiana.

Isso significa que, caso um funcionário recorra à Justiça alegando esgotamento mental crônico causado pelo ambiente de trabalho e por problemas de gestão, e se esse diagnóstico for confirmado por um médico, a empresa pode ser responsabilizada e até pagar indenização. Nessas ocorrências, também serão coletados provas de degradação emocional e fatores que podem ter desencadeado a complicação, como assédio moral, metas fora da realidade e líderes agressivos.

Empresas precisam ligar o sinal de alerta e prestar ainda mais atenção em seus funcionários

Se os debates sobre saúde mental no contexto trabalhista já eram uma pauta urgente e extremamente necessária, uma vez que ela influencia diretamente a produtividade e a qualidade dos serviços, agora, adquiriu um fator de risco jurídico e financeiro para as organizações. Assim, é muito importante que as empresas entendam esse novo cenário e realizem cada vez mais ações em prol do bem-estar dos seus colaboradores.

Tudo isso, claro, com coerência e estratégia. De nada adianta, por exemplo, criar os famosos “espaços de descompressão” nos escritórios se os funcionários não têm tempo para usufruir desse benefício porque estão sempre correndo contra o tempo. Ou propor rodas de conversa quando os participantes sabem que existem assuntos que não podem ser debatidos devido ao risco de perderem seus empregos.

É preciso, antes de tudo, nutrir no ambiente de trabalho termos como empatia, respeito, confiança, diálogo e a chamada segurança psicológica, ou seja, a tranquilidade que as pessoas devem sentir dentro da organização de poderem compartilhar ideias, expressar suas opiniões, errar e aprender sem sofrerem punições.

Além disso, por estarem mais perto de suas equipes, é essencial que os gestores estejam atentos para exercerem cada vez mais a liderança humanizada, colocando o bem-estar dos membros como a grande prioridade e exercendo seu cargo com mais solidariedade. Além disso, é interessante que os líderes:

– Façam parte do dia a dia dos times para saber suas principais dificuldades e como é possível ajudá-los a lidar com elas da melhor forma.

– Mostrem-se sempre abertos para ouvir o que os colaboradores têm a dizer.

– Ofereçam feedbacks construtivos e individuais, incentivando da maneira correta.

– Estejam à disposição para ajudar em momentos difíceis.

– Pratiquem uma comunicação clara e eficiente entre todos os membros da equipe.

Por fim, vale avaliar a possibilidade de incluir sessões de terapia no pacote de benefícios dos trabalhadores, de forma que eles recebam acompanhamento constante de profissionais especializados e estejam mais preparados para lidar com as dificuldades.

Principais sinais de alerta de Burnout para se prestar atenção

Uma maior atenção ao comportamento dos funcionários também entra na lista de medidas importantes para garantir ambientes corporativos mais seguros e saudáveis. Assim, é preciso conhecer os principais sintomas da Síndrome de Burnout e avaliar se eles estão presentes nos colaboradores, sobretudo aqueles que são predispostos (como os que são perfeccionistas ao extremo ou viciados em trabalho).

São eles:

– Cansaço excessivo que fica evidente no semblante.

– Dor de cabeça frequente.

– Dificuldade de concentração.

– Negatividade constante.

– Alterações repentinas de humor.

– Isolamento.

– Dores musculares.

– Falta de apetite.

Na presença desses sinais, o ideal é incentivar a pessoa a buscar ajuda especializada o quanto antes, mostrando alguns caminhos possíveis para que ela possa escolher a melhor saída.

Se eu puder ajudar de alguma forma, estou à disposição!

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