Em setembro, a saúde mental ganha ainda mais destaque nas discussões devido à campanha Setembro Amarelo, que tem como objetivo a prevenção ao suicídio – uma pauta que, infelizmente, ainda é pouco explorada na nossa sociedade.
Por isso mesmo, precisamos conversar cada vez mais sobre esse assunto, de forma que possamos não só cuidar melhor do nosso próprio bem-estar mental e entender os sinais que nossa mente e nosso corpo nos dão de que algo não está certo, mas também estarmos atentos aos possíveis pedidos de ajuda das pessoas que nos cercam.
Neste artigo, trouxe alguns desses alertas que alguém pode dar de que não está se sentindo bem e que precisa do nosso acolhimento e apoio. Lembrando que nem todos esses sintomas são visíveis e que, na maioria das vezes, é importante observá-los associados a outros sinais. Confira:
Cinco alertas de que uma pessoa próxima pode estar precisando de apoio
1. Sintomas verbais
Muita gente não dá atenção para quem fala coisas como “quero desaparecer” ou “quero morrer” porque acha que é apenas um exagero. Contudo, essas frases são sérias demais para não darmos valor, sobretudo, se a pessoa em questão também está apresentando os sinais dos quais vou falar nos próximos tópicos.
Outras variações são “estou muito cansado”, “não quero continuar” e “estou pensando em desistir”. Se você ouvir mensagens assim, o melhor é perguntar se o outro quer conversar e/ou está precisando de ajuda. Só esse cuidado simples já faz muita diferença, porque mostra que o que ele está sentindo tem, sim, muito valor.
2. Isolamento
Se você está percebendo que um colega de faculdade ou de trabalho está faltando bastante, se não for por uma questão de saúde física, é possível que seja devido a questões mentais. O mesmo vale para aquele amigo que não comparece mais aos encontros (mesmo os virtuais durante a pandemia) ou o familiar que está sumido nas redes sociais e que estava sempre postando (inclusive, as atividades nas mídias sociais também podem conter alertas importantes).
O isolamento é um dos sinais mais comuns de quem está sofrendo com problemas de ordem psicológica, como a depressão, pois a pessoa não tem energia para conviver com outras e prefere ficar sozinha, o que, nesses casos, contribui para que ela se sinta cada vez pior (lembra quando eu falei das diferenças entre a solitude e a solidão?).
3. Desinteresse pelas atividades que costumava gostar
Quando não estamos nos sentindo bem, comumente buscamos o conforto das coisas que gostamos de fazer. Leitura, filmes, séries, passeios, músicas, podcasts… Esses e muitos outros hobbies ajudam a distrair a nossa cabeça e recuperar o fôlego para voltarmos ao trabalho e às obrigações diárias.
O problema é quando essas atividades perdem o efeito positivo que normalmente tinham.
Assim, preste atenção especial naqueles amigos ou familiares que costumavam adorar, por exemplo, ir ao cinema, mas agora não têm mais vontade, ou amavam passeios ao ar livre e começaram a recusar os seus convites. Esse sinal é bastante comum de quadros depressivos.
4. Agressividade sem motivo aparente
Quando recebemos ações ou palavras raivosas de alguém, nossa principal reação é, na maioria das vezes, nos afastar, já que esse tipo de atitude pode ser muito difícil de lidar. Mas… Será que ele não está demonstrando um sofrimento interno muito grande que se manifesta na forma de agressividade? Isso é bastante comum principalmente entre adolescentes.
Dessa forma, sobretudo para pessoas que não costumavam agir dessa forma, vale a pena perguntar se o indivíduo está passando por um momento difícil e oferecer seu apoio, caso ele aceite.
5. Falta de apetite
Por fim, observe se os seus amigos ou colegas de trabalho estão se alimentando bem ou se comumente contam para você que andam sem apetite. Esse sintoma pode indicar que nem a comida está despertando algo prazeroso e é mais uma indicação de depressão.
O que posso fazer para ajudar?
– A primeira atitude é começar uma conversa com a pessoa com quem você está preocupado(a), abordando-a com uma postura acolhedora e empática.
– Escute o que ela quer contar, deixando-a à vontade para compartilhar o que quiser. Seja paciente, pois nem sempre é fácil expressar os sentimentos.
– Dependendo do que for dito, incentive que ela busque ajuda especializada, sendo que há vários caminhos: faculdades, clínicas, escolas e Centros de Atenção Psicossocial.
– Conte sobre o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece ligações gratuitas com os voluntários.
– Peça que ela o(a) procure, ou outras pessoas em quem ela confie, sempre que precisar e que não enfrente nada sozinha.
Cuidados assim fazem toda a diferença para, juntos, conseguirmos prevenir o suicídio na nossa sociedade!