Existem muitos motivos que podem levar uma pessoa a realizar algum tipo de procedimento no seu corpo ou no seu rosto para fins estéticos. Resolução de incômodos que vêm desde muito cedo e a busca para aumentar a autoestima estão entre os mais comuns – e, nesses casos, podem resultar em intervenções benfeitas que realmente tragam os efeitos esperados para o bem-estar físico e mental.
O problema aparece quando a motivação para esse tipo de mudança parte exclusivamente de uma pressão de terceiros para se alcançar um padrão tido como ideal.
Nessa busca por uma maior aceitação dos círculos sociais nos quais fazem parte, muitos indivíduos procuram se adequar a essas expectativas de qualquer forma, investindo em uma série de transformações, ainda que não seja uma vontade genuína. O resultado? Faces com volumes exagerados, contornos faciais marcados em demasia e procedimentos na região do nariz e em outros lugares do rosto que possuem, inclusive, alto potencial de gerar complicações graves, entre outras consequências.
Ou seja: as pessoas deixam de seguir suas próprias vontades e até mesmo de valorizar suas características que as tornam únicas para estarem cada vez mais próximas a uma estética padronizada, aceitável e desejável – e que é completamente incompatível com a pluralidade que deveria ser mais celebrada na nossa sociedade.
Para além dos riscos físicos citados, em todo esse contexto, o bem-estar mental também é gravemente prejudicado. Afinal, enquanto o sentimento de adequação e aceitação não chega, muitos se isolam ou deixam de realizar algum tipo de atividade por medo de serem julgados ou excluídos.
E, uma vez que os procedimentos estéticos sejam feitos, não é raro que esses indivíduos passem por uma verdadeira crise de identidade ao não reconhecerem mais seus rostos ou seus corpos no espelho. Portanto, o que deveria ser algo positivo se torna mais um motivo para afastá-los do amor-próprio.
Combater esse mal que assombra a vida de tantos, sobretudo dos mais jovens, passa por construir aos poucos ambientes mais afetuosos e acolhedores (em casa, na escola, na faculdade e nos ambientes profissionais, por exemplo), onde haja a aceitação da diversidade e da singularidade de cada um.
Para tanto, o diálogo e a escuta ativa são ferramentas essenciais, para que exista uma compreensão se uma mudança estética está sendo feita por razões genuínas ou se a única motivação é a pressão social daqueles que nos cercam.
Na dúvida, busque sempre a orientação de um profissional especializado, inclusive os psicólogos, que podem ajudar nessa descoberta sobre as transformações que de fato serão positivas para a sua vida.