Se, ao chegarem a este mundo, as crianças descobrem como falar, andar, comer, ir ao banheiro e conviver socialmente, elas também precisam aprender a sentir. Ou melhor dizendo: a interpretar as emoções que vivenciam e lidar com elas de forma saudável.
Contudo, se esse processo é desafiador para nós, adultos, imagine para elas, que ainda estão com o cérebro em desenvolvimento. Por isso, a maioria recorre a gritos, choros e birras: porque não consegue entender as suas angústias e, assim, demonstra da única maneira que conhece.
A boa notícia é que os pais podem contribuir, e muito, com essa “alfabetização emocional” dos seus filhos, mostrando a eles que os sentimentos são normais e que não precisam ser monstros de sete cabeças.
Como posso falar sobre esse assunto com os pequenos?
O primeiro ponto, e um dos mais importantes, é mostrar para as crianças que as emoções são feitas para serem sentidas, e não reprimidas. Portanto, não as repreenda se estiverem chorando ou com raiva: espere que o descontrole passe e mostre que o que elas estão passando é normal, mas que existem formas melhores de passar por esses momentos.
Em seguida, existem algumas dicas que podem ajudar a educar emocionalmente os pequenos. Lembre-se: são sugestões, não fórmulas. É no dia a dia da família que você vai descobrir qual delas funciona mais efetivamente com os seus filhos. Vamos lá:
– Conte histórias da sua infância e o que você pensava nesses momentos: com isso, você consegue demonstrar que também já teve a idade deles e que passou pelos mesmos desafios.
– Compre livros que falem sobre o nome das emoções e o que elas significam: esse é um caminho bastante lúdico e efetivo de explicar o que pode acontecer na cabecinha deles para que não se assustem, já que se torna algo conhecido.
– Crie oportunidades de conversar sobre o assunto: após uma crise de choro, por exemplo, pergunte o que a criança está sentindo e explique como ela pode abraçar essa emoção de um jeito saudável.
– Foque em conter a ação negativa, e não a criança: se ela quiser bater devido à raiva, evite que ela tenha essa ação, mas deixe que exprima o que quiser para, depois, conversar.
– Elogie toda vez que ela reconhecer um sentimento: incentive que continue identificando o que está passando dentro dela e lembre que você está ali caso ela queira compartilhar algo.
– Evite dizer “não precisa chorar”: o mais indicado nesses momentos é questionar o motivo de o pequeno estar chorando e como você pode ajudá-lo para que ele se sinta bem.
– Não castigue uma birra: esses momentos de descontrole pedem muito da inteligência emocional dos pais, e, se possível, respire fundo e mostre que você entende a frustração do seu filho, mas que ele pode demonstrar isso de outras formas, principalmente para que se tranquilize mais rapidamente.
Lembre-se: crianças que sabem entender seus sentimentos conseguirão resolver conflitos futuros de um jeito mais pacífico e ter uma convivência melhor com amigos e familiares. É um aprendizado constante, mas totalmente possível de ser iniciado nos primeiros anos da vida.
Se você tiver alguma dificuldade durante esse processo, é possível contar com a ajuda de uma profissional especializada em atendimento infantil, como eu, para identificar questões mais profundas e descobrir outros caminhos possíveis na educação emocional dos pequenos. Estou à disposição!