Estamos no mês do Novembro Azul, uma campanha anual que tem como objetivo incentivar todos os homens a se cuidarem cada vez melhor para prevenir diversas doenças, sobretudo o câncer de próstata.
E já que a pauta do bem-estar masculino é tão forte nesse período, temos uma excelente oportunidade de refletirmos sobre uma questão importante: por que é tão difícil para os homens falarem sobre saúde mental?
Um problema cultural e profundamente enraizado na nossa sociedade
Quem nunca ouviu a frase “homem não chora”, não é mesmo? Infelizmente, desde cedo, os meninos são incentivados a esconder aquilo que estão sentindo para que possam provar sua força e masculinidade. Tanto que os mais sensíveis são constantemente taxados de “fracotes” ou de menos capazes.
É verdade que essa ideia é cada vez mais desconstruída com o passar dos anos. Contudo, não dá para negar que ainda vivemos em um contexto que valoriza o silêncio masculino e o compromisso do homem em ter uma carreira de sucesso para prover segurança e conforto para a sua família. Para isso, eles devem se manter inabaláveis e sem entrar em contato com as suas emoções.
O problema é que, ao engolirem seus sentimentos e suas frustrações, tentando empurrá-los cada vez mais para dentro de si mesmos, eles acabam intensificando suas angústias, uma vez que elas não são devidamente entendidas e trabalhadas. E isso, claro, pode resultar em inúmeros problemas de saúde, sejam físicos, sejam mentais.
Ansiedade, depressão, transtorno bipolar e de personalidade, abuso de substâncias e dependência química, e pensamentos suicidas, são apenas algumas das consequências que podem afetar os homens que não estão acostumados a entrar em contato com suas emoções. Isso sem falar nos casos de impotência sexual de origem emocional, um problema que está muito relacionado a fatores como estresse excessivo e baixa autoestima.
Principais sinais de que está na hora de buscar ajuda
Se nem sempre as pessoas falam claramente que estão precisando de apoio, entre os homens, esse tipo de atitude é ainda mais raro. Por isso, é essencial prestar atenção em alguns sintomas que eles apresentam e que podem significar que a situação está se tornando cada vez mais crítica.
Os principais são:
– Raiva, irritabilidade e agressividade atípicas e excessivas.
– Alterações visíveis no humor, na energia e no apetite.
– Distanciamento das pessoas e de atividades que antes davam prazer.
– Dificuldade para dormir.
– Abuso de álcool e drogas.
– Pessimismo exacerbado.
– Maior preocupação e estresse constante.
– Dores de cabeça contínuas ou problemas digestivos.
Caso seu pai, irmão, tio, avô, amigo e/ou colega próximo estejam demonstrando essas mudanças de comportamento, procure conversar calmamente e lembrá-los de que eles não precisam ser fortes o tempo todo.
Todos nós precisamos do suporte das pessoas que amamos e, quando necessário, buscar orientação especializada para entender os nossos sentimentos e como podemos lidar com eles de forma mais madura.
Saúde mental não é frescura, é uma necessidade para se viver de forma plena! Espero que cada vez mais os homens consigam entender isso. Sigo à disposição para quem precisar conversar.