Durante as suas buscas por explicações que tragam luz para algumas das dificuldades cotidianas enfrentadas, é comum que algumas pessoas acabem se autodiagnosticando com algum tipo de transtorno psiquiátrico.
Ou seja: em vez de procurarem um profissional especializado para entender os desafios que estão passando, elas simplesmente “jogam” os sintomas no Google e pesquisam qual condição possui sinais mais parecidos com aqueles que elas apresentam.
Os transtornos mais comuns de serem autodiagnosticados são o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), pois muitos acreditam que qualquer dificuldade para se concentrar em uma atividade é justificada pela existência dessa condição; e o Transtorno de Ansiedade Generalizada, já que a ansiedade natural do ser humano é comumente confundida com a sua versão patológica.
O problema é que essa prática, que acaba sendo impulsionada pela facilidade de acesso às informações nos ambientes digitais, pode, na verdade, gerar prejuízos consideráveis para a saúde mental dos indivíduos.
Mesmo que em um primeiro momento possa gerar um certo alívio pela crença de se ter uma condição tratável, o autodiagnóstico também causa:
- Demora para se buscar ajuda especializada e receber as orientações corretas, o que pode acabar prolongando ou até mesmo dificultando ainda mais a resolução de algumas questões cotidianas;
- Crença de que todas as ações são explicadas pela existência de um transtorno, prejudicando as relações sociais e até mesmo profissionais do indivíduo devido à falta de responsabilidade com o outro;
- Prejuízo das atividades cotidianas pelo mesmo motivo, ou seja, apoiar-se em um pseudodiagnóstico como uma forma de se ver livre das suas demandas; e
- Uso de medicamentos para TDAH e TAG sem prescrição médica, algo que pode induzir ao abuso e à dependência dessas substâncias, levando a efeitos adversos, como aumento da pressão arterial, disfunção sexual, insônia, bruxismo e dores de cabeça frentes.
Sem falar, claro, que a banalização de transtornos de saúde sérios pode levar a uma dificuldade ainda maior para pessoas que realmente possuem essas condições receberem o apoio adequado e conquistarem a aceitação daqueles que estão ao seu redor.
Portanto, é essencial que, na presença de sintomas que estão atrapalhando a sua qualidade de vida, você busque um profissional especializado o quanto antes, que possa indicar os melhores caminhos, inclusive para um possível diagnóstico – que não é algo tão simples assim.
O TDAH, por exemplo, é um transtorno do desenvolvimento cerebral que afeta múltiplas funções neurológicas, tal como alterações da memória de trabalho, ou da função executiva, como capacidade de planejamento, de tomada de decisões, estabelecimento de metas e controle inibitório. Portanto, não é apenas uma “dificuldade de atenção” como muitos pensam.
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