Se você é pai ou mãe, ou mesmo convive de perto com uma criança na sua família, e ela apresenta muito medo de algumas coisas, não se preocupe: isso é totalmente normal.
Temos de pensar que, na infância, os pequenos não conhecem muito sobre o mundo e, por isso, tudo é novo. O problema é que, em algumas ocasiões, essas novidades podem ser encaradas como possíveis ameaças, como escuro, altura, determinados animais, ficar sozinho(a) e pessoas desconhecidas.
É assim que nasce o chamado medo infantil, um sentimento que se desperta na criança a partir de fatores tanto da realidade quanto da fantasia, e que permite que ela decida se deve enfrentar uma situação ou fugir. Dessa forma, ela vai ganhando confiança, exercitando sua capacidade de tomar decisões e, no seu próprio tempo, aprendendo a discernir quais medos são, de fato, reais.
Como perceber que a criança está com medo e ampará-la da melhor forma?
É importante entender que nem sempre o pequeno sabe expressar exatamente o que está sentindo. Por isso, pode tentar demonstrar que está com medo chorando, fazendo birra, jogando-se no chão, escondendo-se, pedindo aos pais para não saírem de perto dele, fazendo xixi na cama, tendo dificuldades para dormir ou mesmo tentando se comunicar por meio de desenhos.
Esses são alguns dos “sintomas” que ajudam a identificar o que a criança está sentindo, lembrando que algumas podem ser mais medrosas que outras devido à sua personalidade, mas também ao histórico familiar, à vivência de eventos estressantes e até mesmo à educação altamente protetora.
Chamo a atenção, sobretudo, para esse último item: claro que os pais precisam amparar os filhos com muito carinho e muita compreensão na hora que eles estão com medo, mas vale prestar atenção se o zelo e a preocupação não estão sendo excessivos. Isso porque as crianças também precisam de autonomia para resolver suas próprias questões, usando a inteligência e a criatividade para encontrarem saídas para angústias e problemas.
Assim, quando o pequeno estiver assustado com alguma coisa, mostre que você está do lado dele, amparando-o com bastante cuidado, mas também o convide a pensar melhor sobre o que desencadeou esse sentimento: será que é algo tão ruim assim? Será que existe mesmo? Será que há alguma forma de combater esse medo quando for necessário?
Digo tudo isso porque, por mais que o medo infantil seja algo totalmente normal, em algumas situações, ele pode ser um sinal de alerta.
Quando devo me preocupar com o medo da criança?
Como eu disse, as crianças sentem muitos temores, mas a maioria deles são passageiros, sendo que a simples presença da mãe ou do pai pode ajudar a aliviar as sensações ruins.
Contudo, como possuem uma imaginação muito fértil, os pequenos também podem acabar aumentando demais os perigos e as ameaças presentes no mundo e acabarem não sabendo como administrar o medo quando ele aparece. A partir disso, podem desenvolver fobias e transtornos de ansiedade.
Nesses casos, a criança passa a ter medo de situações, pessoas e lugares que nunca apresentaram ameaças reais a ela ou a sua família; não consegue sair dos ambientes em que se sente confortável; tem muita resistência para experimentar coisas novas; e acaba se vendo cada vez mais refém desse sentimento, que não melhora com o passar do tempo.
Para resolver esse tipo de situação, a melhor saída é que o pequeno receba um acompanhamento psicológico especializado, que o ajude a não levar todas essas questões para a vida adulta e a se desenvolver com plenitude.
Eu ofereço atendimento para crianças e estou à disposição!