Engana-se quem pensa que um relacionamento tóxico só pode existir entre pessoas que se conectam de forma amorosa. Por ser uma relação muito profunda, o contato entre pais e filhos também pode ter elementos bastante negativos, sobretudo para o desenvolvimento emocional e psicológico das crianças.
Este é, inclusive, um dos principais motivos que levam os jovens a, mais tarde, procurarem ajuda especializada de um psicólogo para tratar feridas que foram abertas quando eram mais novos e tinham uma capacidade psíquica menos amadurecida para conseguir lidar com elas de forma saudável.
Assim, é essencial reconhecer os sinais de alerta de uma dinâmica disfuncional antes que ela se prolongue por muitos e muitos anos, iniciando o mais cedo possível um processo de cura e transformação.
Confira, neste artigo, alguns dos principais sintomas que vale a pena prestar atenção.
Sinais de alerta para um relacionamento tóxico entre pais e filhos
Quando falamos sobre relações que carregam o elemento de toxidade, é importante entender que elas podem ter características distintas, dependendo dos envolvidos.
Ainda assim, existem alguns sintomas que são bastante comuns, incluindo:
– Controle excessivo: quando os pais limitam a autonomia dos filhos para além do que seria saudável, inclusive na idade adulta, prejudicando a sua liberdade e a independência;
– Críticas constantes: seja em relação à aparência, desempenho acadêmico ou mesmo sobre as escolhas de vida, minando a autoestima dos mais jovens e criando um sentimento de inadequação e insegurança;
– Manipulação emocional: por serem mais experientes, os mais velhos podem fazer chantagens, ameaças ou agressões psicológicas para conseguir aquilo que desejam, criando ambientes de ansiedade e dependência;
– Falta de limites: a total ausência de regras também pode levar a comportamentos indisciplinados e impulsivos, prejudicando o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes;
– Expectativas irrealistas: outro tipo de comportamento que acaba criando uma pressão nada saudável sobre os mais jovens, contribuindo para o desenvolvimento de uma ansiedade crônica e um medo de desapontar;
– Agressões físicas ou verbais: insultos, gritos, empurrões ou violência física são os exemplos mais comuns;
– Humilhação pública: quando os pais rebaixam ou ridicularizam seus filhos com outras pessoas ao redor, causando danos profundos na sua autoestima e na sua autoconfiança; e
– Excesso de responsabilidade: principalmente quando se colocam demandas que não são apropriadas para a idade dos mais jovens, como cuidar dos irmãos mais novos o tempo todo ou mesmo das finanças da casa.
Uma vez que esses sinais sejam avaliados e a relação tóxica, reconhecida, seja pelos pais, seja pelos filhos, um dos melhores caminhos é estabelecer uma comunicação aberta e honesta, na qual todas as partes consigam expressar seus sentimentos e suas demandas para que o relacionamento possa ser melhor com o passar dos anos.
Caso seja necessário, um psicólogo especializado pode conduzir sessões de terapia familiar, permitindo que os membros se expressem em um ambiente seguro e controlado.