Aprender a se comunicar com as pessoas de uma forma respeitosa e empática é um desafio que faz parte da vida de todos nós, sobretudo de quem tem uma propensão maior a explosões de raiva em momentos de dificuldades e imprevistos.
Pensando nisso, o psicólogo estadunidense Marshall Rosenberg criou o conceito de Comunicação Não Violenta (CNV), uma abordagem que tem como principal objetivo a promoção de relacionamentos mais sinceros e fortalecidos por meio do diálogo construtivo.
A ideia é que, usando uma escuta ativa e sem julgamentos ou preconceitos, nós possamos entender como conversar uns com os outros sobre qualquer assunto, até os mais difíceis, visando sempre chegar a um entendimento e à construção de soluções em conjunto.
Neste artigo, você vai conhecer as características mais relevantes desse conceito e como aplicá-lo no seu dia a dia de forma prática.
Explorando um pouco mais a definição da Comunicação Não Violenta e seus principais elementos
Como citei no começo deste texto, a CNV é um método que busca promover trocas mais pacíficas e criar espaços em que a resolução de conflitos aconteça com respeito e colaboração.
Ao colocá-lo em prática, os adeptos a esse movimento conseguem entender melhor seus sentimentos e necessidades, assim como os dos outros indivíduos com quem se relacionam, desenvolvendo a empatia necessária para se comunicar de um jeito pacífico.
O grande obstáculo quando falamos sobre esse assunto é vencer a nossa tendência excessiva de autodefesa e a maneira automática com a qual respondemos às opiniões contrárias às nossas, padrões que nos afastam da compaixão e da proximidade com as pessoas que nos cercam.
Assim, os principais componentes que formam uma CNV são:
- Observação, que nos permite compreender como os fatos realmente aconteceram sem julgamentos ou críticas;
- Sentimento, necessário para descrever o que os acontecimentos levantados no tópico anterior despertaram em você;
- Necessidades, identificando as suas e as dos outros para facilitar o encontro de possibilidades que sejam interessantes para todos os lados;
- Pedido, ou seja, a expressão das nossas necessidades por meio de uma solicitação clara e específica, que também explicite a sua intenção de resolver as situações com calma e paciência.
Levando em consideração esses elementos, é possível criar uma distância segura entre um fato e as suas consequências, a partir da qual você pode trabalhar dentro de si para apresentar respostas pacíficas e não violentas.
Como praticar a CNV no meu dia a dia?
Existem diversas oportunidades que se apresentam no seu cotidiano para que você coloque esses aprendizados em prática. Algumas delas podem ser:
- Quando seu chefe faz uma solicitação que você não consegue atender imediatamente e precisa pedir para ele um pouco de paciência;
- Quando seus filhos estão tentando conversar com você em um momento no qual você está ocupado(a) e é necessário explicar que eles terão de esperar;
- Quando um pedido feito pelos aplicativos de entrega chega errado e você vai redigir uma mensagem explicando o ocorrido para a empresa responsável;
- Quando você vai resolver um mal-entendido com um amigo muito próximo.
O importante é identificar esses momentos, criar consciência sobre os caminhos que você vai escolher para solucionar as dificuldades e experimentar uma comunicação diferente daquela que você normalmente utiliza.
Lembre-se de que todas as pessoas ao seu redor estão vivendo dores e problemas que você provavelmente não sabe. Se puder optar pela gentileza, faça sempre essa escolha.