Todos os anos, o dia 8 de março chega para nos lembrar sobre a luta das mulheres por mais igualdade e respeito nos espaços que elas frequentam – algo que, apesar de já ter trazido avanços consideráveis para a nossa sociedade, está longe de ter um fim.
Por isso que, ao falarmos sobre essas batalhas muitas vezes diárias que a população feminina precisa enfrentar para que possa ser ouvida e ter suas opiniões consideradas, é igualmente importante abordarmos a questão da sororidade, uma vez que unidas nós nos fortalecemos e nos mantemos muito mais firmes em nossos propósitos, apesar das dificuldades.
Derivada do latim “soror”, que significa “irmã”, essa palavra significa irmandade entre as mulheres. Ou seja: ela pressupõe a formação de uma verdadeira rede feminina, com pessoas que se defendem, cuidam e apoiam independentemente de serem amigas ou da mesma família.
A grande ideia por trás é que a nossa luta não precisa ser solitária: nós podemos contar umas com as outras para aliviar um pouco o peso das cobranças, culpas e incongruências que a sociedade machista em que vivemos nos impõe.
E como, então, ser uma mulher que eleva, defende e fortalece outras mulheres? Algumas dicas legais para pensarmos:
1. Esqueça a ideia de “competição feminina”
Um dos pilares da sociedade machista é nos colocarmos umas contra as outras de forma a evitar a nossa união. Por isso, somos constantemente influenciadas a compararmos aparência física e capacidades mentais umas com as outras, diminuindo nossas potencialidades e anulando nossas particularidades.
Por isso, um primeiro passo importante para uma vida com mais sororidade, sem dúvida, é começarmos a nos enxergar muito mais como aliadas, e não como concorrentes. Lembre-se: nós somos únicas em nossas belezas, tanto externas quanto internas.
2. Procure tirar alguns termos do seu vocabulário
“Vagabunda”, “oferecida”, “santinha”, “moralista”… Palavras que fazem referência ao suposto comportamento sexual de alguém e que, ao serem utilizadas como xingamentos, pressupõem que todas as pessoas podem opinar sobre a vida íntima de uma mulher.
Assim, vale um esforço legítimo para tirarmos esses termos do nosso dia a dia e reforçar a ideia de que as decisões individuais de cada uma não dizem respeito a mais ninguém, muito menos como nós nos relacionamos com o sexo.
3. Muito cuidado com homens que chamam a ex-namorada de “louca”
Nunca se esqueça de algo bastante comum: as mulheres são muitas vezes chamadas de “loucas” simplesmente por exporem sua opinião, defenderem o que pensam ou por ficarem irritadas com alguma situação (quase sempre por bons motivos).
Dessa forma, se a pessoa com quem você está saindo chama uma ex-namorada dessa forma, fique alerta: é possível que ela tenha passado por coisas terríveis e você pode ser a próxima que ele chamará assim.
Na dúvida, sempre fique do lado da mulher, ou ofereça o benefício da dúvida. Precisamos combater a nossa tendência de sempre defender o ponto de vista dos homens.
4. Aposte sempre que possível no trabalho de outras mulheres
Se você possui uma empresa própria, trabalha por conta ou mesmo precisa de um serviço para a sua casa ou para a vida pessoal, procure dar uma chance para profissionais femininas.
Infelizmente, o mercado ainda valoriza muito mais o trabalho masculino, negando oportunidades e salários justos para as mulheres que possuem as mesmas experiências e os mesmos conhecimentos. É necessário quebrar essa lógica, e nós podemos fazer a nossa parte para isso.
5. Ofereça apoio para quem não está bem
Percebeu que uma colega de trabalho está cabisbaixa e pouco comunicativa? Pergunte se ela está bem, se quer conversar e se você pode ajudar de alguma forma. Está em uma festa e viu uma mulher que parece estar bêbada e sozinha? Procure mantê-la em um lugar seguro até ela se sentir melhor ou encontrar alguém conhecido. Sua vizinha parece estar sofrendo de violência doméstica? Denuncie sempre para as autoridades ou, se for seguro para você, ofereça companhia para ela ir até a delegacia.
São com ações assim que nós nos tornamos verdadeiros anjos da guarda umas das outras, sempre prezando pelo bem-estar feminino coletivo.
6. Elogie e incentive outras mulheres
Por fim, sempre que possível, mostre para suas amigas, familiares e colegas que você as admira por serem quem são, lembre-as da força que elas carregam dentro de si, apoie seus projetos e mostre que elas são, sim, capazes de realizar aquilo que bem quiserem.
Todas nós, em algum momento, sofremos ou vamos sofrer com a famosa Síndrome da Impostora, mas, quando temos o apoio de quem acredita em nós, fica muito mais fácil superar essas crises de autoestima.
Em tempo: se você conhece alguma mulher que precisa de acompanhamento profissional, passe meu contato e a incentive a conversar comigo. Estou à disposição!