Sabemos muito bem que o processo de divórcio é um momento bastante delicado e que pode gerar muitos desentendimentos entre as duas partes, principalmente se o casal tem filhos. Sobretudo nesses casos, são muitas questões que precisam ser resolvidas, como com quem as crianças vão ficar ou se será guarda compartilhada, como funcionarão as visitas e quais acordos serão feitos para a criação dos pequenos.
Apesar de ser algo difícil para os adultos, eles precisam, acima de qualquer coisa, prezar pelo bem-estar dos filhos e evitar ao máximo as consequências negativas para o seu desenvolvimento. Afinal, essa foi uma decisão tomada pelo casal, e as crianças não podem ser punidas por isso.
Entre os problemas que um divórcio mal resolvido pode gerar, está a chamada Síndrome da Alienação Parental, considerada um tipo de maus-tratos psicológico infantil. É sobre esse assunto que vamos conversar neste artigo.
O que é exatamente a alienação parental?
Essa síndrome é conhecida pela influência que um dos progenitores exerce na mente do jovem para que ele modifique a sua percepção em relação à sua mãe ou ao seu pai. Essa situação pode, inclusive, ser utilizada por ambos para se ferirem mutuamente.
Os chamados “pais alienadores” não hesitam na hora de ridicularizar a criança se esta manifesta sentimentos positivos pela outra pessoa; reforçam constantemente os sentimentos de desprezo que alimentam; contam aos filhos sobre detalhes do divórcio que eles não possuem, muitas vezes, condições de entender e lidar; e criam situações em que são sempre vistos como a vítima da situação para que a criança sinta pena de um e culpe o outro pelo que está acontecendo.
Tudo isso para causar uma espécie de vingança pessoal no ex-cônjuge, prejudicando a sua relação com os jovens. O problema é que os filhos acabam sendo as verdadeiras vítimas desse tipo de comportamento tóxico.
Quais são as consequências da alienação parental para o desenvolvimento infantil ou juvenil?
Esse tipo de abuso psicológico pode trazer muitos problemas para o jovem. O filho alienado pode, por exemplo, apresentar sentimentos constantes de raiva, tristeza, mágoa e ódio contra o outro genitor e sua família; recusar-se a ter qualquer comunicação com seu pai ou sua mãe; e guardar emoções negativas que podem gerar distúrbios de natureza psicológica, como depressão, ansiedade, falta de atenção, pânico, baixa autoestima e dificuldade no relacionamento com outras pessoas a sua volta.
São consequências que afetam o desenvolvimento regular infantil ou juvenil, comprometendo o futuro da criança ou do adolescente. E o pior: os pais, cegos para tentar machucar o outro em momentos delicados, podem nem perceber que estão causando todos esses problemas nos seus filhos até que eles comecem a apresentar comportamentos exagerados e preocupantes.
O que posso fazer se sou testemunha desse tipo de comportamento?
É preciso entender que, caso seja comprovada uma situação de alienação parental, o genitor culpado poderá ser submetido a sanções frente à Justiça, como pagamento de multa, advertência e até mesmo a perda da guarda do filho e a suspensão de sua autoridade parental.
Contudo, antes de alertar o adulto em questão sobre esse risco, procure conversar com ele. Mostre que a sua forma de agir não é adequada e que a criança ou o adolescente é quem mais sofre. Se necessário, aconselhe que ele busque orientação profissional para conseguir lidar melhor com as suas questões internas e com a separação do ex-companheiro(a) de uma forma mais saudável.
Se ainda assim a atitude manipuladora persistir, apenas um juiz poderá determinar o que deverá ser feito. A Síndrome da Alienação Parental é um problema muito delicado, precisando, na maioria das vezes, de um acompanhamento psicológico, já que o jovem afetado pode se negar a até mesmo se encontrar com o outro progenitor pelo ódio infundado.
Se tiver alguma dúvida sobre esse assunto, ficarei feliz em ajudar. Estou à disposição!