Muitas pessoas acreditam que “emoção” e “sentimento” são a mesma coisa e costumam usar as duas palavras como sinônimos. Contudo, é importante entender que elas nomeiam coisas distintas, e saber a diferença é um passo essencial para o seu processo de autoconhecimento e amadurecimento.

Vamos descobrir, então, o que é uma “emoção” e o que é um “sentimento”, e como eles se relacionam?

O que são as emoções?

As emoções estão relacionadas a uma reação instintiva, inconsciente e automática que acontece em milésimos de segundos, uma resposta do nosso cérebro para um estímulo externo. Dessa forma, elas desencadeiam ativações em todo o nosso corpo, desde o sistema endócrino (hormônios) até o sistema nervoso autônomo (daí o coração acelerado) e o sistema musculoesquelético (que causa a tensão dos músculos e as expressões faciais).

Quando pensamos nos seres humanos como animais, ainda que racionais, as emoções possuem uma vantagem evolutiva muito importante, uma vez que criam uma resposta rápida para um determinado estímulo de forma a garantir a nossa sobrevivência. É o caso, por exemplo, quando nosso corpo inteiro se prepara para sair correndo em caso de perigo iminente, como assalto.

Assim, vale a pena ressaltar que as emoções não estão no nosso controle. É impossível não ter medo, raiva ou tristeza frente a uma situação que desencadeie essas reações emocionais. O que podemos fazer é procurar estar cada vez mais consciente sobre o que dispara tal emoção e, a partir daí, controlar o que se sente e o que se faz a partir dela.

Daí vem a importância da terapia e de práticas como a meditação, que auxiliam as pessoas a terem o famoso controle emocional, diminuindo a intensidade de algumas emoções e permitindo que as ações a partir delas sejam mais equilibradas.

Então, o que são os sentimentos?

As emoções dão origem aos sentimentos, que é o significado que a nossa mente dá para a reação gerada. Eles aparecem a partir do momento que tomamos consciência das nossas emoções e refletem como a gente se sente em relação às elas. São duradouros e mais fáceis de esconder, já que não aparecem de forma automática.

Os sentimentos possuem um papel diferente na nossa vida, permitindo que a gente faça previsões de como vamos nos sentir em determinado momento e, a partir daí, tomar determinadas decisões. Exemplo: quando você tem uma apresentação de trabalho e sabe que esse tipo de situação gera medo. Assim, busca maneiras de controlar essa emoção, como estudar mais o conteúdo e pedir que uma pessoa conhecida esteja presente para transmitir mais conforto e confiança.

Enquanto as emoções estão muito ligadas às nossas reações corporais, os sentimentos estão mais ligados à nossa mente. São aquelas sensações que, se você não quiser, ninguém jamais vai saber. É por isso que pessoas que estão passando por um momento de profunda tristeza podem aparentar que estão bem no exterior.

A importância da terapia ao lidar com emoções e sentimentos

Durante um processo terapêutico, conforme comentei, é possível identificar os gatilhos das emoções e aprender como diminuir a sua intensidade. Além disso, essa consciência permite que você entenda melhor a origem dos seus sentimentos e como você pode lidar melhor com eles para ter um dia a dia muito mais favorável.

Sem falar que as emoções podem ser interpretadas em diferentes sentimentos de acordo com o significado que você atribui para elas. Por isso, um término de namoro, por exemplo, pode ser visto como algo negativo e fruto de muita angústia e frustração (“não mereço ser amado”) ou como algo natural e que traz tranquilidade e resignação (“términos fazem parte da vida”).

Falar sobre o que você sente para um profissional qualificado é essencial para dar um sentido ao que você está sentindo e, a partir disso, fazer escolhas melhores para a sua vida. Dessa forma, já sabe: se possível, faça terapia!